O antigo hospital psiquiátrico da Gelfa, em Caminha, continua fechados e sem certezas de voltar a abrir, apesar do protocolo firmado em 2010 entre a Direcção do Tesouro e Finanças, o Instituto São João de Deus e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN). Uma equipa de 33 profissionais aguarda, desde o final do ano passado, por luz verde da ARSN para trabalhar naquele espaço, reconvertido numa unidade de cuidados continuados na área da saúde mental, com 42 camas. Mas quase dois meses após a data prevista para abertura, continuam sem respostas. O PÚBLICO contactou a ARSN para perceber a razão pela qual o equipamento continua fechado, mas não obteve, até à hora de fecho desta edição, qualquer resposta.
O Instituto São João de Deus (ISJD), que investiu 2,5 milhões de euros no edifício a troco do usufruto por 35 anos, confirma de que o antigo hospital psiquiátrico não funciona porque “a ARSN não dá autorização”. Isabel Corte Real, responsável pelo departamento de comunicação do ISJD, revela que a indefinição é tal que o instituto já não sabe se a unidade de saúde “vai abrir ou não”. Em causa estará a transferência, por parte da ARSN, das verbas necessárias à integração daquela unidade, dedicada aos doentes mentais com necessidades de internamento de longa duração, na Rede Nacional de Cuidados Continuados - uma das necessidades da região onde se insere. O antigo hospital da Gelfa foi desactivado em 1999, depois de décadas a funcionar como unidade psiquiátrica. Em 2002, foram adjudicadas obras que já visavam adaptar o edifício à nova vocação. A empreitada de dois milhões de euros beneficiou de apoios comunitários, mas acabou por não ser rentabilizada, por indefinição do destino do edifício. E o antigo hospital voltou a degradar-se, tendo sido assaltado e vandalizado, até à celebração do protocolo com o ISJD.Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 9 de Fevereiro de 2012 do PÚBLICO
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