Foi com passo apressado e contacto fugaz com o público que Manuel Alegre visitou na manhã de quarta, dia 11, a feira de Caminha.
Apesar da acção de campanha relâmpago, o candidato independente à presidência da República disse na vila portuguesa da foz do Minho estar confiante na passagem à segunda volta. Em declarações aos jornalistas, Manuel Alegre afirmou que a candidatura de Mário Soares é um erro. “Eu acho que é um erro desde o princípio. Ele é um homem com experiência política que devia ter percebido isso antes de se candidatar”, sublinhou.
Numa altura em que o candidato apoiado pelo PS, Mário Soares, começou a admitir “estar preparado para tudo” e que se perder assumirá a culpa pela derrota, Alegre aproveitou a deixa para bipolarizar a campanha afirmando que a batalha eleitoral, “agora”, “é entre mim e o Cavaco Silva”. O candidato independente justificou a afirmação com a adesão e os apoios que diz ter tido durante esta campanha presidencial. Já na noite anterior, num jantar comício em Viana do Castelo, o deputado poeta candidato à cadeira presidencial de Belém reforçou a ideia de que Cavaco Silva é o único adversário que considera fazer-lhe sombra: “agora as coisas estão claras. A partir deste momento, o grande combate é entre mim e Cavaco Silva”. Perante uma plateia com cerca de duas centenas de pessoas, Alegre afirmou que se conseguir ir à segunda volta com Cavaco, o candidato apoiado pelo PSD/CDS-PP não ganhará.
Em Caminha aproveitou para falar da reorganização da Administração Pública. O candidato defendeu que “o que é preciso é fazer uma distribuição mais racional”. “É preciso modernizar, informatizar e racionalizar os serviços porque esse é que é o problema”, argumentou, referindo que “cada vez que há um problema em Portugal a solução apontada é o despedimento de funcionários públicos”. “Nós não temos funcionários públicos a mais, estão é mal distribuídos”, frisou.
Confrontado com a proposta avançada por um grupo de personalidades do Norte de referendar os projectos da OTA e do TGV, Alegre admitiu, se for eleito presidente da República, “reflectir sobre isso”. “As pessoas têm todo o direito de fazer as sugestões, mas neste momento é coisa em que não tinha pensado. Tenho mais em que pensar neste momento”, rematou.
Susana Ramos Martins
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