segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Paredes de Coura espera há 14 anos por ligação à A3

Em contraciclo com a crise, em quase pleno emprego e cada vez mais procurado por empresas estrangeiras, o município de Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo, espera há 14 anos pela prometida ligação à A3. Esta ligação à auto-estrada processar-se-ia através do nó de Sapardos, a apenas 12 quilómetros da sede do concelho.
Desde o Governo socialista de António Guterres, ainda numa altura em que a auto-estrada que liga Valença e Porto não tinha sido construída, que o presidente da Câmara de Paredes de Coura, António Pereira Júnior, insiste na necessidade da ligação, para servir o concelho, com cerca de nove mil habitantes. A estrada que serve o município é cheia de curvas e contracurvas, e demora-se quase uma hora a percorrê-la. Pereira Júnior obteve, desde logo, a promessa da concretização da empreitada. João Cravinho, então ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território, chegou a comprometer-se com a autarquia de que, até 2000, Paredes de Coura fi caria “ligado ao mundo”.
O anterior Governo, de José Sócrates, comunicou à câmara que a obra, afinal, não poderia avançar “por falta de dinheiro”, mas a Estradas de Portugal avançou com a revisão do estudo prévio da via, com o objectivo de diminuir o custo inicialmente previsto para a empreitada: 140 milhões de euros.

Do actual Governo PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho, a Câmara de Paredes de Coura ainda não teve respostas. Pereira Júnior lamenta e teme que estes “12 quilómetros de más ligações” sejam um entrave à instalação de novas indústrias no concelho. “A nossa zona industrial de Formariz ainda tem espaço bastante para acolher mais empresas e o concelho tem mão-de-obra para acudir aos empresários”, justifi ca o autarca, que só no último ano anuiu ao pedido de instalação de três novas empresas, a maioria vindas de Espanha e dedicadas ao fabrico de componentes para automóvel.

Resta, portanto, a Paredes de Coura esperar. “Mas não pacientemente, mas a contragosto”, sublinha Pereira Júnior, apesar de tudo seguro de que a ligação à A3 acabará por se concretizar. “Temos a certeza, só não sabemos quando.”

Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 16 de Janeiro de 2011 do PÚBLICO

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