sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Solução para praia de Moledo prevê muro de 330 metros formado por tubos cheios de areia



 Programa Operacional de Valorização do Território financia intervenção de 500 mil euros a 70%

Onze tubos, com 30 metros cada, vão ser colocados no início do ano ao longo da praia de Moledo, numa extensão de 330 metros. É uma medida para travar a erosão e impedir o mar de continuar a engolir aquela praia do distrito de Viana do Castelo. A solução foi concebida por Veloso Gomes, especialista do Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no âmbito do Polis Litoral Norte, que previa a requalifi cação da orla costeira entre Caminha e Esposende.
Vai ser posta em prática pela Administração Regional Hidrográfi ca do Norte (ARHN), graças à aprovação da candidatura apresentada ao Programa Operacional de Valorização do Território, que fi nancia a intervenção em 70%, cabendo ao Ministério do Ambiente assegurar os restantes 30% dos cerca de 500 mil euros que a obra vai custar.
A intervenção vai incidir na faixa entre a zona conhecida como o paredão e o moinho de Moledo, há um ano em risco de ruína devido ao avanço do mar, que destruiu parte da duna primária. A Câmara de Caminha aplaude: “Vai construir-se uma defesa que, acredito, durará muitos anos e resolverá o problema”, diz o vereador Mário Patrício.
Foi precisamente para resolver esse problema que Veloso Gomes, especialista em questões de erosão da costa portuguesa, decidiu colocar uma barreira de “geotubos” com cinco metros de diâmetro. São tubos cheios de areia, que visam proteger as dunas do impacto do mar. A empreitada contou com os pareceres positivos da ARHN e do Instituto da Água, que consideraram a intervenção “urgente”.

O impacto visual será signifi cativo, mas, segundo Mário Patrício, irá diminuir com o tempo, com os tubos a serem cobertos pela areia. “A primeira solução propunha tubos de cor preta, que eram mais impactantes, mas agora são de cor aproximada à da areia”, afi rma. Está também previsto que todos os anos se proceda à cobertura dos tubos com areia, para renaturalizar a paisagem.
A intervenção é preventiva, mas visa também reparar os danos provocados pelo mar no início do ano. Em Fevereiro, as ondas engoliram vários metros de areal e parte da duna primária, colocando em risco não só um moinho, utilizado como habitação na época balnear, mas também a primeira linha de casas. Os estragos só não foram maiores – desapareceu parte do varandim da marginal – porque, com a autorização da ARHN, a junta de freguesia depositou no local 25 toneladas de pedra.


Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 29 de Dezembro de 2011 do PÚBLICO

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