domingo, 19 de abril de 2009

Socialistas partem à reconquista da Câmara de Caminha - PS crítica a gestão do executivo camarário social-democrata

"Temos gente capaz para, nas próximas eleições autárquicas, o PS voltar ao poder em Caminha", assegurou Rui Solheiro, presidente da federação distrital dos socialistas e presidente da Câmara de Melgaço, durante o encontro de autarcas do PS do distrito de Viana do Castelo, que decorreu no último sábado, dia 11, em Caminha. O líder distrital dos socialistas dava assim uma piscadela de olho a Jorge Fão, presidente da concelhia caminhense do PS, provável candidato socialista - "O Caminhense" sabe que Fernando Cabodeira, actual deputado do PS na Assembleia da República eleito pelo circulo de Viana do Castelo, é outras das hipóteses de candidato a candidato à Câmara de Caminha nas próximas eleições autárquicas. Isto mesmo depois de Fão já ter ido a sufrágio e ter perdido a Câmara, nas mãos dos socialistas há mais de um quarto de século, para uma lisboeta independente que concorreu nas listas do PSD, Júlia Paula Costa.
 Ainda assim, o presidente da concelhia caminhense do PS acredita que é possível reconquistar o poder e, aproveitou a ocasião, para deixar alguns avisos à navegação. "Reconhecemos com humildade os erros cometidos no passado", disse, admitindo que os socialistas só vão "aprender com estas falhas corrigindo as prestações públicas e estratégias políticas que os eleitores, oportunamente, não aprovaram". "Saibamos fazer oposição crítica, aguerrida e persistente, mas igualmente construtiva, séria e credível", declarou o líder da oposição socialista em Caminha. E sem perder mais tempo, Jorge Fão aproveitou o encontro de autarcas socialistas do PS, que contou com a presença do secretário-geral, Ferro Rodrigues, para passar das palavras à acção. O líder concelhio dos socialistas não poupou palavras para criticar a governação social-democrata à frente dos destinos do concelho de Caminha: "O filme dos dois anos de mandato do PSD comparam-se a uma curta metragem, talvez a uma novela de mistério, sem um argumento bem definido, com um fraco guião e a remeter sistematicamente para as cenas dos próximos capítulos". O socialista acusou o executivo camarário de não definir políticas sectoriais para o desenvolvimento do município. "Estamos praticamente a meio do mandato e não foi ainda apresentado um único projecto estruturante para o concelho de Caminha", lamentou. Jorge Fão afirmou ainda que o executivo liderado por Júlia Paula Costa "é o responsável por uma irreparável perda de tempo e de oportunidades", e classificou a política levada a cabo pelo executivo laranja como "perigoso populismo demagógico" que, segundo o socialista, "vai tentando iludir a população do concelho de Caminha". A polémica gerada à volta da ligação do Itinerário Complementar número 1 (IC1) ao concelho de Caminha não foi esquecida pelo líder concelhio dos socialistas. Jorge Fão acusou a Câmara de Caminha de ser "inábel" na condução do processo e de deixar-se "subjugar" pelas directrizes governamentais. O executivo camarário caminhense não foi o único visado pelas críticas do presidente da concelhia de Caminha do PS. Segundo Fão, o Governo de coligação PSD/CDS-PP não tem feito nada de "positivo" e de "significativo" pelo Alto Minho. "Não existe um único investimento de vulto anunciado recentemente. Podemos dizer que as obras em curso resultam única e exclusivamente de decisões políticas do anterior Governo do Partido Socialista", referiu. O socialista aproveitou a presença dos autarcas do PS do distrito de Viana do Castelo para manifestar solidariedade ao secretário-geral do partido, numa altura em que Eduardo Ferro Rodrigues tem sido alvo de críticas, mesmo no seio do PS, com Mário Soares a sugerir a necessidade do comissário europeu António Vitorino retomar um papel de destaque no partido socialista.

Júlia Paula responde às críticas de Jorge Fão


Confrontada com as críticas feitas pelo presidente da concelhia de Caminha do PS, Jorge Fão, a presidente da Câmara de Caminha, Júlia Paula Costa, começou por "felicitar" os socialistas por terem escolhido o concelho para realizar o encontro distrital de autarcas. Apesar das felicitações, a autarca não poupou adjectivos para classificar aquilo que ela considera que tem sido o papel dos socialistas na oposição. Júlia Paula disse que os elementos do PS são "autistas" em relação ao trabalho que "não fizeram" e no que diz respeito ao que o PSD está a fazer. "O partido socialista, na pessoa do presidente da concelhia, continua com essa postura autista de não querer ver , mas nós não precisamos disso, precisamos é que o povo do concelho de Caminha veja o que este executivo está a fazer, só com dois anos de mandato", declarou. A presidente da Câmara de Caminha acredita que "com este tipo de postura o país e o concelho não vão longe porque também tem de haver na política seriedade e as pessoas têm de tentar reconhecer aquilo que não fizeram e dar o mérito àqueles que o estão a fazer". "Infelizmente não tem sido essa a postura do PS ao nível da oposição no concelho de Caminha", garantiu. A líder dos sociais-democratas no executivo camarário afirmou, em declarações ao Caminhense, que "o PS tem a distinta lata de vir dizer que este executivo, com dois anos de existência, não tem feito obras infra-estruturantes. Acho que é de um grande autismo e é lamentável". Para exemplificar as afirmações, lembrou que já começou a construção da rede viária entre Orbacem e a Serra d´Arga. Uma obra que a autarca considera "absolutamente infra-estruturante" e que, segundou afirmou, "nunca mereceu o carinho do PS porque, se calhar, não dá os votos da população das Argas, que é pouca". Em jeito de balanço, a presidente da Câmara de Caminha fez um breve historial de tudo aquilo que o executivo fez nestes dois anos de mandato: "nós herdamos um PDM de 1995 sem Planos de Urbananização e sem Planos de Pormenor. Herdamos uma cartografia completamente manual com 25 anos. Desde que que aqui estamos já conseguimos digitalizar toda a cartografia. Temos dois topógrafos neste momento a fazer o levantamento já com cartografia digital e actualizadissima. Estamos neste momento já com o concurso terminado para os Planos de Urbanização do concelho de Caminha, que tem sido um grande entrave para que o município se desenvolva de forma infra-estruturante, porque não se consegue viabilizar construção no nosso concelho sem ter primeiro a noção do que é que queremos fazer em espaços tão novos que até agora têm sido perfeitamente estragados. Porque esses instrumentos, que são absolutamente essenciais, nunca foram nos executivos anteriores do PS devidamente implementados no nosso concelho". E deixou no ar a questão: "se isto não é infra-estruturante eu pergunto ao Partido Socialista e ao presidente da concelhia o que é que é infra-estruturante?". Mas o contra-ataque da líder do executivo camarário caminhense às críticas feitas pelo líder da concelhia de Caminha do PS não termina aqui. Júlia Paula Costa considerou "uma autêntica palhaçada" o método adoptado pela oposição socialista no executivo camarário. O PS decidiu rodar, de tempos a tempos, os vereadores com assento nas reuniões de Câmara de forma a que todos tenham voz activa. "É um autêntico golpe de teatro", classificou a líder dos sociais-democratas.

Publicado por Susana Ramos Martins em 2003 em O Caminhense

2 comentários:

Helena disse...

Em relação ao prazo de validade do tamiflu, poderá consultar no site do infarmed o rcm (que reencaminha para a EMEA). O que está descrito é que o prazo de validade é de 5 anos:
http://www.emea.europa.eu/humandocs/PDFs/EPAR/tamiflu/H-402-PI-pt.pdf

... disse...

Primeira visita ao blog. Vou continuar a passar por cá
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