quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Projecto de repovoamento do interior algarvio vai ser replicado no Alto Minho

Depois de Querença, no Barrocal Algarvio, Geraz do Lima, em Viana do Castelo, vai acolher estudantes



Geraz do Lima, uma aldeia do concelho de Viana do Castelo, vai acolher uma segunda versão de um projecto piloto posto em prática, durante um ano, e desde Setembro, em Querença, uma aldeia do interior de Loulé. O projecto, que está a ser levado a cabo a sul pela Universidade do Algarve, em colaboração com a Fundação Manuel Viegas Guerreiro e a Câmara de Loulé, consiste em colocar um grupo de estudantes do ensino superior (nove, no caso algarvio), de áreas de formação distintas, a viver na comunidade durante nove meses para conseguirem perceber quais são as dificuldades e os problemas de desenvolvimento, mas também as potencialidades do local. A partir da experiência vivida vão apresentar projectos de desenvolvimento, actividades viáveis que tenham por base os recursos naturais e culturais. Dinamizar a aldeia do ponto de vista económico, ambiental e sociocultural é a grande meta.

O Projecto Querença apresenta-se como um “projecto de missão de resgate territorial de territórios em estado crítico, gravemente atingidos por processos de desertificação e abandonados dos seus capitais, natural, produtivo e social, e cada vez mais próximos de limiares perigosos de irreversibilidade de desenvolvimento”.

A ideia vai ser replicada no Alto Minho graças ao desafio lançado à Escola

Superior Agrária de Ponte de Lima do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, por António Covas, professor da Universidade do Algarve e um dos responsáveis pelo projecto de Querença.

Jorge Agostinho, director da zonas rurais desfavorecidas, fixando a população jovem e revitalizando as aldeias do interior. E a primeira reunião com António Covas já está marcada para depois de amanhã, em Ponte de Lima.

“O objectivo é integrar esses jovens com as populações e, através de uma atitude pró-activa, tentar desenvolver aquilo que são as potencialidades da região”, sublinhou. Ao PÚBLICO, explicou que a escolha recaiu imediatamente em Santa Maria de Geraz do Lima, por ser uma freguesia afectada pela desertificação (apesar de em 2001 contabilizar 846 habitantes) e onde aquela unidade de ensino superior tem desenvolvido alguns projectos no último ano, havendo já alguma proximidade da comunidade académica à comunidade local. Jorge Agostinho acredita que a viticultura, a fruticultura e o turismo são áreas que sairão a ganhar com as propostas de desenvolvimento apresentadas pelos estudantes.
Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 28 de Novembro do PÚBLICO

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