A Auto Estradas Norte Litoral, concessionária da A28, garante que “apenas subsistem por liquidar as quantias correspondentes aos prédios expropriados que não se acham, nos termos da lei, correctamente descritos em nome dos actuais proprietários”. É a resposta da concessionária às acusações do presidente da Junta de Freguesia de Lanhelas, uma aldeia do concelho de Caminha onde foram expropriados terrenos para a construção da ligação da A28 à EN13, através do nó de Gondarém. Rui Fernandes diz que a autarquia está há mais de três anos à espera que as indemnizações decorrentes das expropriações sejam pagas – em causa estarão, segundo as contas do autarc, cerca de meio milhão de euros – e acusa a concessionária de estar a “encravar” o processo, em retaliação ao protesto da Junta de Freguesia àquela obra.
A Auto Estradas Norte Litoral, antiga Euroscut Norte, em comunicado enviado ao PÚBLICO, afirma que por liquidar estão apenas as quantias referentes aos terrenos que estão em situação irregular ou “as que respeitam aos processos litigiosos ainda a correr termos nos tribunais competentes ou em fase de instrução judicial”
A ligação da A28 à EN13 entre Caminha e Vila Nova de Cerveira abriu à circulação rodoviária em Abril de 2008 sem qualquer inauguração e sob forte contestação da autarquia local e da associação ambientalista Corema, que sempre se opuseram à empreitada, tendo mesmo avançado com uma providência cautelar que parou os trabalhos durante quatro meses. Consideravam que a construção daquele troço da A28 provocaria fortes impactos ambientais na aldeia e destruiria vestígios arqueológicos detectados no monte de Góios. Ao lado destas duas entidades, esteve a Câmara de Caminha, que considerou a abertura da via ao tráfego “repentina e extemporânea” por, na altura, haver ligações de águas pluviais “deficientes ou por concluir”, defendendo que não estavam salvaguardados “os impactos negativos da via”.
A ligação da A28 à EN13 entre Caminha e Vila Nova de Cerveira, atravessando a aldeia de Lanhelas, consiste num troço com 4.960 metros, tendo custado 14,5 milhões de euros.
Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 24 de Julho de 2011 do jornal PÚBLICO
Sem comentários:
Enviar um comentário