quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Hospital da Gelfa deve abrir em 2011 para tratar doenças mentais degenerativas
Instituto João de Deus (IJD) e Direcção-Geral de Tesouro e Finanças chegaram finalmente a acordo quanto à cedência do edifício do antigo hospital psiquiátrico
Ao fim de cinco anos de avanços e recuos, o Instituto João de Deus (IJD) e a Direcção-Geral de Tesouro e Finanças (DGTF) chegaram finalmente a acordo quanto à cedência do edifício do antigo hospital psiquiátrico da Gelfa, no concelho de Caminha, que em 2011 será integrado na Rede Nacional de Cuidados Continuados.
O acordo foi alcançado anteontem. Falta ainda o acordo com a Administração Regional de Saúde do Norte para que o edifício possa finalmente abrir portas, mas tudo indica que também esse entendimento será alcançado nas primeiras semanas de Janeiro. "Não me parece que, neste momento, exista qualquer entrave, até porque as partes estão, todas elas, interessadas em resolver rapidamente a situação", comenta Luís Daniel, o porta-voz do IJD, a Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que vai gerir o hospital.
Segundo o acordo agora alcançado com a DGTF, o instituto vai investir mais de 2,5 milhões de euros na criação da Unidade de Saúde da Gelfa, uma unidade de longa duração e manutenção integrada na RNCC. Em contrapartida, vai usufruir do espaço, sem pagar qualquer renda, durante os próximos 35 anos.
Superado o imbróglio burocrático resultante da descoberta de que o edifício não pertencia ao Ministério da Saúde mas sim ao Ministério das Finanças, que atrasou o processo em três anos, o IJD prepara-se para realizar obras no hospital e aponta a abertura para o terceiro trimestre de 2011, disponibilizando 42 camas à população do Alto Minho.
Cinco anos à espera
Há muito que o distrito de Viana do Castelo espera pela abertura do Hospital da Gelfa, dadas as carências da região em termos de cuidados de longa duração.
O edifício foi desactivado em 1999, depois de décadas a funcionar como hospital psiquiátrico. As obras que já visavam adaptar o edifício à nova vocação foram adjudicadas em 2002, beneficiaram de apoios comunitários e terminaram em 2005. Segundo fonte da ARSN, foram aqui investidos pelo Estado cerca de dois milhões de euros. Nos últimos cinco anos, o hospital foi assaltado e vandalizado por diversas vezes. A necessidade de voltar a realizar obras no edifício também decorre desse facto.
Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 29-12-2010 do jornal Público
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