quinta-feira, 29 de setembro de 2011

NGWear aposta em África para vender T-shirt No Mosquito

Consórcio NGWear reúne quatro empresas de Barcelos que apostaram nos têxteis tecnologicamente eficientes

África é o próximo destino da No Mosquito, a T-shirt repelente de insectos criada pela NGWear, um consórcio composto por quatro empresas têxteis de Barcelos, que empregam 320 pessoas e exportam 65% da sua produção.



Em 2012, a NGWear espera facturar cerca de um milhão de euros com este produto que surgiu da parceria estabelecida entre o consórcio do vale do Cávado, o Citeve (Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal) e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa.
Para fugir à crise no sector, o plano traçado por este grupo de empresas baseou-se num nicho de mercado, ainda pouco explorado: os têxteis tecnologicamente efi cientes. É o caso desta T-shirt impregnada de repelente e vendida numa caixa, como se de um qualquer medicamento se tratasse. Com um preço médio de venda a rondar os 20 euros, o produto consegue resistir a cerca de 40 lavagens (a T-shirt com índice strong [forte]) e promete manter os mosquitos fora de um raio de 50 centímetros à volta de quem usar esta peça de vestuário. Depois de ter sido submetido a testes nos últimos dois anos, o produto, assegura o consórcio fabricante, demonstrou ser inofensivo para a saúde humana. Além da T-shirt, a gama de vestuário repelente de mosquitos inclui ainda écharpes e pijamas.
Apesar de a Europa ser também um dos mercados em que a NGWear vai investir, na comercialização da No Mosquito, já eleita “produto do ano”, o continente africano, com cerca de 900 milhões de habitantes e onde a malária é responsável pela morte de cerca de três milhões de pessoas por ano, é o mercado-alvo do consórcio. Manuel Pinheiro, gerente da empresa que está neste momento em Barcelona a fechar contratos para exportação, revelou ao PÚBLICO estar em fase fi nal de negociações com países como Angola, Moçambique e Cabo Verde. Até ao fi nal do ano, conta ter à venda a No Mosquito naqueles países africanos de língua oficial portuguesa.
A aposta da NGWear nos têxteis tecnológicos vai continuar no próximo ano, com a apresentação de novos produtos: vestuário com protecção de ultravioleta; vestuário com regulação da humidade e da temperatura; e vestuário termocromático (peças de roupa que mudam de cor em função das condições climatéricas).
A par da exportação, a NGWear elegeu como prioridade a realização de uma campanha de marketing, para a divulgação destes produtos. “Este é um vestuário novo que as pessoas não estão habituadas a utilizar”, explica Manuel Pinheiro. Este empresário considera necessário esclarecer o público-alvo sobre as características de um produto ainda desconhecido da grande maioria. “As pessoas não compram os nossos produtos porque são bonitos ou porque lhes fi cam bem, como fazem com a outra roupa”.

Publicada por Susana Ramos Martins no PÚBLICO de 29 de Setembro de 2011

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