sábado, 22 de agosto de 2009

Júlia Paula candidata-se ao terceiro mandato: "É justo que termine a obra que comecei!"

“Uma lágrima no canto do olho”, a música cantada por Bonga, bem que poderia ter sido a banda sonora da apresentação da recandidatura de Júlia Paula Costa à Câmara de Caminha. É que foi mesmo com lágrimas nos olhos que a candidata se apresentou aos centenas de apoiantes que na noite da última sexta-feira, 14 de Agosto, foram ao pavilhão desportivo de Venade.

As lágrimas apareceram no canto do olho quando agradeceu à família todo o apoio prestado ao longo dos últimos oito anos de mandato, mas foram vários os sentimentos que experienciou ao longo do seu discurso de cerca de meia hora.
Discurso que ficou marcado pelo pedido de “maioria reforçada” e a eleição do quinto vereador.
Perante o grupo entusiasmado de apoiantes, Júlia Paula reforçou a sua posição de candidata independente afirmando que o que mais admira no PSD “foi ter acreditado numa pessoa independente e ter respeitado essa independência”. Este reforço da sua independência, ainda que fortemente apoiada pelo PSD, serviu também para a candidata piscar o olho aos eleitores de outras cores partidárias: “mesmo que sejamos de partido diferente, é possível, é justo e é correcto que nas autárquicas acreditemos numa pessoa e não num partido. Numa pessoa que tem provas dadas, que tem um trabalho feito”.
Sem fazer quaisquer promessas, a candidata optou por lembrar as obras que tem neste momento em curso no concelho - parque Ramos Pereira, a Gelfa, as piscinas municipais, o saneamento sul de Vila Praia de Âncora, o teatro Valadares, a casa Sidónio Pais, a rua da Corredoura, o largo Sidónio Pais e os parques de estacionamento - para afirmar que “temos obra”. E, por isso, pediu um novo mandato: “é justo que eu termine a obra que comecei”. “Temos obra e basta-nos a obra que temos para defendermos este projecto e para ganharmos outra vez esta eleição”, afirmou.
Dirigindo-se aos adversários políticos, Júlia Paula garantiu que “nós não precisamos da política da maledicência, não precisamos de dizer mal daqueles que, neste momento, são nossos adversários no combate político. Não precisamos da maledicência porque temos obra. Temos obra feita no concelho e à vista de todos”.
“No primeiro mandato poderia ter havido dúvidas, mas com a reeleição para um segundo mandato foi possível verificar que a Câmara de Caminha não está a dormir, apostou em jovens, admitiu técnicos e pessoas com competências para prepararem candidaturas para abraçar os fundos comunitários necessários para fazer as obras que estamos a fazer”, enfatizou.
As desavenças com os colegas de equipa marcaram os dois mandatos de Júlia Paula na Câmara de Caminha, mas, para acabar com boatos e especulações, a candidata decidiu, publicamente, agradecer a colaboração e o trabalho de Abílio Silva que com ela partilhou dois mandatos enquanto presidente da Assembleia Municipal. Abílio Silva afastou-se do cargo logo após ter sido afastado Bento Chão da vice-presidencia e da vereação com pelouros na Câmara de Caminha.


Francisco Sampaio: a carta que estava na manga

O antigo presidente da já extinta Região de Turismo do Alto Minho é o candidato do PSD à liderança da Assembleia Municipal de Caminha. Sampaio foi mesmo a grande surpresa na noite de apresentação dos candidatos apoiados pelo PSD às eleições autárquicas de 11 de Outubro disputadas no concelho de Caminha. Sampaio, que nunca escondeu que gostava de política e que era social democrata, pode agora, finalmente, candidatar-se a um cargo de relevância política, após a extinção das regiões de turismo. Como confessou na noite de apresentação, teve “muitas solicitações para seguir a carreira política”, mas, durante anos, conseguiu “resistir”.
“Gosto de política, sou um dos primeiros militantes!”. Talvez por isso, Sampaio lamentou que o PSD tivesse perdido influência no Alto Minho. Tal como lembrou, em 1980 os social democratas detinham a presidência de oito Câmaras Municipais do distrito de Viana do Castelo. Nessa altura, apenas uma estava nas mãos do PS e outra nas mãos do CDS. Agora, o panorâma é inverso. Sete das autarquias estão nas mãos dos socialistas, apenas duas nas mãos dos social democratas e Ponte de Lima mantém-se nas mãos do CDS. “Nem todos os passos que demos, correram bem”, admitiu. Mas, segundo analisou, “tal como no espaço de oito anos foi possível mudar a situação a favor do PS, também agora é possível mudar”. Para Sampaio, está-se a assistir no distrito ao aumento do número de votos no PSD e essa “vontade de mudar” não deve ser desperdiçada. “Estas eleições têm de ser de vitórias, essencialmente no concelho de Caminha”, avisou. E o PSD pode, para isso, contar com Francisco Sampaio: “estarei a cem por cento”.


Distrital ao lado de Júlia Paula

“Caminha e o partido unem-se em torno de Júlia Paula!”. Com esta frase a abrir o discurso, o presidente da distrital de Viana do Castelo, Eduardo Teixeira, nem precisava de dizer mais nada. É inequívoco e incontornável o apoio do PSD à candidata independente, “Mulher Guerreira”, segundo Eduardo Teixeira, que há oito anos conquistou a Câmara de Caminha aos socialistas que detinham o poder há mais de duas décadas.
Para o presidente da distrital laranja, é claro e notório que Caminha “evoluiu mais do que os restantes municípios da região governados pelo PS” e, por isso, Júlia Paula conta com a “confiança absoluta e unânime” dos órgãos nacionais e distritais do partido.


Susana Ramos Martins

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