segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Monção tem projecto de cinco milhões de euros para incentivar produção de Alvarinho


Autarquia quer avançar com o emparcelamento de 11 hectares em várias freguesias, e atrair jovens

Uma pequena revolução agrária está a ser planeada no Vale do Minho, no coração da sub-região do Alvarinho. A Câmara Municipal de Monção está a preparar um projecto de emparcelamento rural, que pretende concretizar, ou pelo menos iniciar, no decorrer do deste ano.
O objectivo é fundir 11 hectares de pequenas parcelas de terreno de duas freguesias do concelho: Moreira; Barrocas e Taias, transformando-as em terrenos de cultivo de maiores dimensões. “É um projecto que vai ser realizado no coração de um dos vinhos mais importantes de Portugal e do mundo: o vinho verde Alvarinho”, revela José Emílio Moreira, o presidente da autarquia local.

Rentabilizar a produção de um vinho que já é uma das principais fontes de rendimento dos agricultores do concelho é a meta. Com essa finalidade, este projecto de emparcelamento tem como missão transformar os campos da sub-região do Alvarinho localizados em Monção em terrenos com dimensão sufi ciente para serem “trabalhados por máquinas e por jovens”.

Debaixo do olho do autarca local está não só a capacidade de os produtores de vinho Alvarinho conseguirem produzir em maior quantidade diminuindo os custos e rentabilizando, desta forma a produção, mas, sobretudo, resgatar a vontade de os jovens se dedicarem à agricultura e verem na produção vitivinícola um bom negócio.

À espera do Governo

O projecto, avaliado em cinco milhões de euros, carece ainda da aprovação do Ministério da Agricultura para poder avançar, mas o autarca está confiante na obtenção da luz verde da tutela. A Câmara de Monção já colocou de lado 1 milhão e 600 mil euros para avançar, pelo menos, com a primeira fase do projecto de emparcelamento, mas precisa do apoio do Governo para a replantação da vinha, para a construção das acessibilidades, para o sistema de rega e a divisão e legalização das propriedades. “A câmara, por si só, não tem capacidade financeira para esse efeito”, explica o edil, que tem neste projecto um dos seus grandes objectivos para 2012.

Esta “revolução na produção do vinho Alvarinho”, como o presidente da Câmara de Monção lhe chama, já teve a anuência dos proprietários dos terrenos a emparcelar nas várias freguesias, que concordaram em trocar ou vender as parcelas que possuem.

Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 9 de Janeiro de 2012 do jornal PÚBLICO

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