Foi para dar resposta a esse movimento, actualmente sem uma rede de transportes públicos que sirva as suas necessidades, que o Mobitrans foi pensado. Os cálculos foram feitos tendo por base grandes projectos públicos que ficaram em banho-maria, o que leva o presidente da UNIMINHO, Associação do Vale do Minho Transfronteiriço, entidade que promove o Mobitrans, a assumir ser necessário ajustar o plano de transportes à nova realidade. Rui Solheiro adiantou que dois dos três circuitos inicialmente previstos deverão ser adiados, avançando apenas o que faz a ligação entre Valença-Tui-Porrinho-Vigo, até para servir a eurocidade Valença-Tui.
O Mobitrans previa a colocação em prática de dois projectos-piloto, ambos explorados por privados sob a fiscalização da UNIMINHO. O primeiro seria apenas uma extensão de uma carreira já existente e que liga Vigo a Tui, na Galiza. Era proposto o seu alargamento a Valença, pela ponte internacional, cobrando apenas mais 50 cêntimos aos passageiros. Um projecto que, segundo o estudo, é de fácil execução, sem custos, sendo o que, segundo Solheiro, deverá avançar até 2013.
Adiada ficará aquela que era a maior aposta da UNIMINHO e que consistia no segundo projecto-piloto composto por dois circuitos. Tratava-se de uma linha circular de transportes públicos que deveria ligar Valença, Monção, Tui e Salvaterra, as quatro principais origens e destinos dos cerca de sete mil passageiros que transpõem diariamente as fronteiras do vale do Minho, e que não encontram respostas na actual rede pública de transportes.
O estudo final do Mobitrans já admitia ser este segundo projecto-piloto de difícil aplicação pelas barreiras legais que teria de vencer, como a criação de legislação específica aplicável ao transporte transfronteiriço, por não apresentar viabilidade financeira, sendo necessário “recorrer a contribuição pública para o equilíbrio das contas”.
Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 26 de Dezembro de 2011 do PÚBLICO
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